1647 – lagoa Guarairas isolada do Oceano Atlântico.

Ano 1647, Lagoa Guaraíras isolada do Oceano Atlântico.

Falar da história de Tibau do Sul sem analisar a grande cheia de 1924 é um veradeiro crime a história de nossa cidade.

Mas para compreender todo o acontecido é necessário voltarmos ao ano de 1647 e analisar a carta da Capitania do Rio Grande (destaque) que encontra-se no acervo de cartográfico da Harvard Library: Harvard University, Harvard Map Collection, G5500_1643_C3_SH1_5259230294.

Em nossa carta, destacada, observamos claramente as praias de Tibau do Sul com um contorno diferente do observado nos dias de hoje.

A setas vermelhas (destaque nosso) apontam uma região de arrecifes conforme legenda do mapa original, observemos que partes desses arrecifes ainda são visualizados na Região hoje chamada de Praia de Malembar seguindo por todo litoral até a praia de Natal, em afloramentos diversos.

As setas vermelhas, ainda mostra os arrecifes que ainda existem na praia de de Tibau do Sul em uma região chamada “praia de cima”.

A seta verde mostra uma região de porto onde hoje fica localizado a praia de baixo, hoje ocupada por barracas de vendas e estacionamento de veículos (círculo vermelho na imagem abaixo), vale salientar que a praia de baixo, no passado, possuía uma cacimba cavada a mão pelos pescadores que frequentavam aquele porto.

Com a grande enchente de 1924, o porto foi transferido para região que fica em frente ao atual Hotel Marinas (círculo azul na imagem abaixo) e posteriormente para região onde está localizado o atual porto da cidade (círculo verde na imagem abaixo).

A seta amarela mostra uma localização peculiar na praia, um conjunto de pedras conhecido até hoje como pedra da baleia, essas pedras são o que resta dos arrecifes que foram soterrados pelas areias que desceram com as águas da enchente de 1924.

A seta rosa mostra a localização de onde foi o primeiro local habitado do viria a ser a primeira cidade de Tibau do Sul.

Outro lugar importante em nossa história está sinalizado pelo triangulo azul, que marca o local onde foi erguida a primeira capela da cidade, que era em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes, corroborando com nossa história, até hoje é realizada uma procissão embarcada no local onde era a igrejinha que durante muito tempo norteou a fé dos moradores da primeira cidade de Tibau do Sul.

Tínhamos uma praia extensa, um porto seguro, uma proteção de arrecifes protegendo a cidade das ondas do mar, mas o surpreendente é que o povo não esperava que o grande perigo viria de terra, e não do mar.

Desta forma, podemos concluir que a praia de Tibau do Sul-RN, nos dias atuais, tem um contorno totalmente modificado.